O concelho de Odemira caracteriza-se pela imensa diversidade paisagística, estendendo-se entre a planície, a serra e o mar, num total de 1720,25 km2, aos quais o rio Mira e a barragem de Santa Clara, conferem um colorido especial. Em área, este é o maior concelho de todo o país, apesar de ter apenas pouco mais de 26 mil habitantes.
É um concelho marcado longitudinalmente por características e realidades diferentes que lhe conferem um carácter distinto em relação a outros concelhos e um tratamento dos problemas muito localizado, atendendo à especificidade de cada zona.
Na faixa litoral surgem pequenas praias que recortam as falésias e os portos de pesca tradicionais que disponibilizam as melhores riquezas gastronómicas da costa portuguesa. Dos seus 55 km de costa atlântica, 12 km são de praia, das quais merecem destaque: Malhão, Milfontes, Franquia, Farol, Furnas, Almograve, Zambujeira e Carvalhal, pois proporcionam uma combinação perfeita de repouso e beleza natural. Toda a zona costeira do concelho está integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
O litoral conhece a maior expressão do turismo concelhio nos seus principais aglomerados urbanos de vocação turística, sobretudo nas localidades de Vila Nova de Milfontes, Almograve e Zambujeira do Mar (alojamento, empresas de animação e restauração).
No litoral ocorre também o grosso da produção pecuária (fundamentalmente a produção de bovinos da raça Limousine e de Holstein Frísia) e o fundamental da produção agrícola do território, designadamente a horticultura, fruticultura e floricultura intensiva. Toda esta área beneficia da infraestrutura de rega do mira e de um micro clima assente em geada zero.
A faixa central, recortando o concelho de sul para norte, faz a transição orográfica entre a charneca, dominante na faixa litoral, e a serra, dominante na faixa interior. Neste espaço encontramos os principais aglomerados urbanos do Concelho, tais como S. Teotónio, Boavista dos Pinheiros, Odemira e S. Luís. Esta faixa central corresponde ao espaço dos serviços públicos, das principais unidades comerciais e dos principais parques de fixação de empresas.
A faixa interior do concelho, marcada por uma orografia bastante acidentada, é palco para a maior mancha florestal do país, seja ela autóctone (sobreiro e azinheira), seja ela exótica (como o eucalipto).
Associado a essa mancha florestal, o setor agrícola e pecuário de sequeiro extensivo (bovinicultura, ovinicultura e caprinicultura) marcam a paisagem física e económica de uma grande área do concelho que é estruturada, a sul, pela barragem de Santa Clara-a-Velha e a norte pela integração na tradicional planície alentejana.
Breve diagnóstico social
O território de Odemira é vastíssimo, e a densidade populacional muito baixa, pelo que se verifica uma dispersão muito grande, causando muitas situações de isolamento, que se acentua pela falta de uma rede de transportes eficiente. As principais tendências a nível populacional são a desertificação e o envelhecimento.
Problemáticas identificadas no território
- Vasto território;
- Dispersão do concelho;
- Deficiente oferta da rede de transportes;
- Fraca capacidade de mobilidade e acessibilidade;
- Longas distâncias;
- Centralização de serviços;
- Isolamento social e territorial.